Tom: Bb
Intro:
Bbm F
(esse riff é tocado durante toda a música)
(OBS:
A música pode ser tocada apenas com os acordes de
Bbm e F, entretanto, pode ser acrescentado na passagem de
F para
Bbm a nota G#m. Todos os acordes podem ser substituídos por suas versões com 7m ou pela nota principal, representando o baixo, acompanhada da 5ª justa, usando apenas o dedo indicador 1 e o anelar 3)
Bbm
Blitz na rua de trás, é mal sinal!
F
Pararam um motoqueiro bem em frente ao farol
Bbm
Clebim chegando pra "trampar" mas hoje não vai dar
F
- Aqui ta fechado?
Abm
- É, vaza rapá!
A#M
Mas como voltar agora sem dinheiro no bolso,
Pro seu pai poder pagar o dono do morro?
Chorando, então ele senta na calçada e pensa um instante
Suficiente pra ver uma prisão em flagrante
O motoqueiro abordado era o famoso traficante
“O Cláudio”
E o moleque ouviu ele falar bem alto:
- Se tu me levar agora a minha filha cresce só!
- Cala a boca! Sem você ela ta bem melhor!
- O que é uma sacola de pó pro nosso pobre Brasil?
Eu dou pro “cê” e pro seu parceiro, na mão, cinco mil...
- Aí meu irmão, “cê” dançou! Tem uma cela te aguardando...
E além do mais, eu nem sei porque que ainda to conversando...
Se tivesse na minha mão eu te jogava na rapa...
Te levava pro nada...
E DESCARREGAVA!!!
E ninguém ia dar falta dessa praga...
Que alicia as crianças e acaba com a esperança
de um futuro melhor...
- hã... cole que é neguim!? Pô... tenha dó!
Se eu morrer “cê” sabe que vem outro pior!
Porque o crime é um sistema que evolui por si só...
Igual viciado em crack ou cheirador de pó
- Aí, cala a boca Cláudio! Aqui não tem mais conversa
Agora entra na rapa que a ilha te espera!
O dia morrendo e a cidade fede
Zumbis
Parece sena de Walking Dead
Por toda parte
Por culpa do crack
Aqui muitos já estão em xeque-mate
- mas pera ai doidão... né tudo bem assim não!
Porque o sistema usa a droga pra tirar sua atenção!
Se esse veneno ta nas ruas é algo óbvio e sério
Tem algum filha da pura reinando nesse império
E eu não to falando daquele pé de chinelo
Que termina aleijado, preso ou no cemitério
- é triste ver que o Estado manipula o Braço Armado para perseguir:
Preto, pobre e favelado!
E vem arrombado por a culpa no fardado
Que é um pobre Zé Coitado, marionete do Estado
-
E o verdadeiro vilão tu não vai nem ouvir falar
Ta acima da política! De avião particular!
De bobeira em um luxuoso iate, rodeado de biscates às custas da sociedade...
- essa é a mais pura verdade!
- Enquanto o neguim ta lá no farol...
De noite passa frio, cobertor de jornal
O mesmo jornal com informação manipulada
Muito bem estruturada
pra alienar a massa
que passa de loja em loja
mas sempre querendo mais
uma dose de alegria em bem materiais
tenha vergonha de ostentar enquanto uns tem tão pouco
a sociedade adoeceu?!
Ou o mundo ficou louco?
Olha o menino no farol
Com suas claves girando” prum” lado, pro outro e ninguém da moral
Mais um artista marginal
Tentando existir
Buscando encontrar a força no seu peito para prosseguir! Prosseguir!
E eu to sendo roubado em diferentes setores da sociedade
E isso é trágico
Eu to falando de serviços básicos:
Transporte, segurança, educação
E sem contar os outros não citados nessa ocasião
Mas dessem mais valor pra arte
Ainda há tempo ou será que é muito tarde?
Quantos moleques com talento
Dormindo no sereno
Ódio acumulado, enraizado lá dentro
Aí ta pronto ai seu monstro, sociedade vai vendo!
Não deu valor, agora prove do teu próprio veneno
“Cês” riram dele no farol, não deram um troco e muito menos moral
Haa! Mas o bom moço virou monstro e ta com a arma no seu rosto
Agora chora!
Implora!
Quanto vale tua vida agora?!
Você colaborou pra frustrar esse garoto
Menos um artista... Mais um criminoso!
Olha o menino no farol
Com suas claves girando prum lado, pro outro e ninguém da moral
Mais um artista marginal
Tentando existir
Buscando encontrar a força no seu peito para prosseguir! Prosseguir!
Enquanto a dor fala alto
Futuro igual do Cláudio pro Clebim
Que agora ta lá metendo um assalto
Seu coração ta cinza, igual desse asfalto
Que ele pinta com o sangue vermelho da vítima
Então cresceu sem mãe e foi criado por um viciado de dar dó
Que anos depois morreu por ta devendo pó
E o assassino nem precisa dizer...
- foi o Cláudio
De quem agora Clebim é aliado
A quem ele perdoou pela morte do seu pai
Que o batia todo dia querendo alguns reais
Enquanto o mundo gira essa é a Lei da periferia:
X9 e devedor deve pagar com a vida!
E esse menino que queria ser artista
Agora ta famoso procurado por toda polícia
Por ter tocado o terror lá na pista
Hoje ele é galã do diário de noticias
E o Clebim segue os passos do mestre
Que o ensinou a viver a vida que merece
E toda noite ele chora
Faz a Deus sua prece
Enquanto isso...
A sociedade padece e apodrece!
Olha o menino no farol
Com suas claves girando prum lado, pro outro e ninguém da moral
Mais um artista marginal
Tentando existir
Buscando encontrar a força no seu peito para prosseguir! Prosseguir!